olhar que olha,
olhar que cria.
a língua molha,
o corpo esfria.
olhar que olha,
olhar que cria.
a flor desfolha,
o ufano desfila.
olhar que olha,
olhar que cria.
o tempo arrolha,
tampo esvazia.
olhar que olha
e nada vê.
custa a crer
na crosta crua.
olhar que olha a lua.
olhos na pele nua.
moço torto na rua.
(só me acuda se meu olhar criar
versos de auto-ajuda)
olhar que olha,
olhar, criatura:
a poesia
e a loucura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário