Eis mais uma noite ocídua,
Mas quem sua boca tocou
Não foi a boca assídua
Do homem que lhe amou.
Eis noite que vinha à míngua:
O ocre sabor da espera
Guardou-se em mim; e a fera
tocava-se em outra língua.
Soneto de amor estranho
Que fere num apeganho:
Amor que planeja a dor.
Em noite já tão ocídua
Feriu com espinho a flor
A nossa paixão decídua.
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