sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Noíte Ocídua

Eis mais uma noite ocídua,
Mas quem sua boca tocou
Não foi a boca assídua
Do homem que lhe amou.

Eis noite que vinha à míngua:
O ocre sabor da espera
Guardou-se em mim; e a fera
tocava-se em outra língua.

Soneto de amor estranho
Que fere num apeganho:
Amor que planeja a dor.

Em noite já tão ocídua
Feriu com espinho a flor
A nossa paixão decídua.

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