quarta-feira, 26 de julho de 2017
Mote próprio
De aflição a molhos,
Morre o povo meu,
Curvando-se em geolhos,
Aos dramas, aos prantos, ao céu.
De emoção e piolhos,
Sofre o povo meu,
Pobre e com escolhos,
Sem escola, esmola, ao léu.
O que lhe é próprio? Opróbrio.
O que lhe consome? Fome.
O que lhe assalta? Falta.
O que lhe anima? Rima.
terça-feira, 4 de julho de 2017
Poema Tolo
Estilística da existência,
disse Foucault, sério.
Que penitência!
Filosofar não é ser ator,
é não cindir nossa consciência:
Prefiro ler Pierre Hadot,
Que viver na adolescência.
disse Foucault, sério.
Que penitência!
Filosofar não é ser ator,
é não cindir nossa consciência:
Prefiro ler Pierre Hadot,
Que viver na adolescência.
Herança (Ou Erato)
Amo-te, meu amor, como um infante
Vive perdido amor, tolo e ardente;
Amo-te tanto, como amou a Dante
Beatrice, dele, amiga e confidente.
Amo-te em sanha, em muitos rincões
Onde embrenhei na tua bruta selva,
Dama malina, dama sem perdões,
Que me viola, morte, que me enleva.
Esqueço e lembro de quem tu és filha,
E me anuvia este esquecimento:
Sei! És da memória e do tormento!
Musa minha, cantais por minha boca!
Amo-te e amei-te com a desesperança
De ser mortal e seres minha herança...
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