quarta-feira, 2 de maio de 2018

Ave Dea

Corpo alvo, clara e bela,
Composta  - que deus me ajude!-
Do nívio fim que mazela,
Da tristeza plena e rude.

Lumia tua brancura
Amentando o desdém;
Que pra vida não há cura,
Só há lira e vintém.

Vizinhos somos do além.
Ela, que em tudo avém,
Bela, qual luz em Belém;

Eu, em minha decrepitude,
Pois jovem nada me almude,
Alma de Matusalém.

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