segunda-feira, 21 de abril de 2014

Quando embrenhastes em meu corpo

Quando embrenhastes em meu corpo
Com tua leve audácia juvenil
Encheste e verteste o copo
De vida então nada vazio.

A luz e teu seio desnudo
Lembranças da mais bela tarde
que tu em ligeiro descuido
deste-me teu ventre que arde

Nosso amor, a volúpia escrita,
Decifrou tua foz, o teu leito,
Arrancando da voz, o proveito,
Da garganta, o gozo que grita.

Em tua notável ausência,
Fugidia, mulher sempre livre,
Relembrei todos versos que tive
Embalando a nossa ardência.

"Torna a meu leito, Colombina!
Não procures em outros braços
Os requintes em que se afina
A volúpia dos meus abraços

Os atletas poderão dar-te
O amor próprio das sevícias
Só eu possuo a ingênua arte
das indefiníveis carícias..."

Das delícias e das delícias!

Lamber tua carne que é dura,
Cocegar tua fina cintura,
O sonho que tanto me afeta.

Retomar a nossa ardidura,
Em lábio beijar a costura,
- teu sorriso que é minha meta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário