Dou-me versos de desesperança,
Compostos com espinhos na carne,
Como se eu me entoasse um alarme:
Pois é tempo de deixar lembrança!
Finda a obra, é o fim do apuro.
Sempre há uma saída egóica:
A's incapazes de ética estóica,
A's incapazes de ser Epicuro!
Dou-me versos buscando a saída
Pra minha vida que não é maleita,
Que padece, que é obra suspeita,
Que ainda não foi conhecida.
Desespero não sendo um deus,
Mas um homem que teme o adeus.
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