sexta-feira, 23 de março de 2018

De Édipo

Alma, perdida alma,
Tramas sem ser sentida
Meu tormento de vida,
Meu fado que me espalma.

Tragicamente impávido,
Vago, e penso ser livre,
Quando em diatribe
Perco-me sendo ávido.

De púdicas carícias,
Cuidados, colo, seio.
Cálido é tanto o anseio,
Causas, Alma, malícia.

Vem-me depois a morte
De olhos a arrancar-me,
Nem ânimo ou alarme,
Salva a triste sorte!

Pois homem é deste carme,
Sem alma que o reconforte.

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