domingo, 1 de junho de 2014

Um Dia...

Um dia ainda me lanço
Para o lado da inconsistência;
Naquela virá o remanso,
A sede, a dança e a urgência.

Um dia ainda me apego,
Me pego, me embrulho, me como,
E me afirmando, me nego.
E me libertando, me domo.

Um dia ainda te entrego
Minha vida mesquinha, o mundo...
Às vezes me acho um cego
De verso bem vagabundo...

Um dia ainda me trincho
Como aqueles pobres diabos
Que tem na voz um relincho.
Um dia – juro! - me acabo!

Um dia ainda encontro,
Um ponto, um conto, só meu.
Então eu irei ao confronto
Do mundo: este fariseu.

Um dia ainda te enfrento
Oh, jovem, estúpido e vil
Que dá mais valor ao quadril
E zombas do meu pensamento.

Um dia ainda me zombo,
Um dia não serei sozinho,
Um dia... um dia... Um tombo.
Terei a paz no meu caminho.

Um dia ainda me lanço
Para o lado da morte imensa.
Pois nela virá o remanso
Desta minha busca infensa.

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