terça-feira, 3 de junho de 2014

Brecht

Se hoje a morte vier,
De forma banal... Qualquer...
Torpor que só nisto consista:
Morto vai mais um artista!

Mas se a morte é vergasta,
E infausta a vida nefasta,
Deixo de modo simplista:
Foi-se um idealista!

Caso trouxeres na boca
Nome que ainda lhe toca,
Não lhes dê muito na vista:
Só minha ideia persista!

Se hoje a morte me chega,
E nela a minha macega,
Minha partida imprevista,
Deixo-te aqui uma pista:

Em terra, só há perdão
Se enfrenta toda podridão,
Luta, chuta, resistas:
Às favas com os juristas!

Que venha em minha Cripta,
Epílogo d'obra altista,
Frase da nobre conquista:
“Já morto, e jaz comunista!”

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