A condição humana é marcada pela inevitabilidade da morte, pela submissão à temporalidade e a um estado de falta perpétuo.
Levando a sério o que nos contam os mitos gregos, foi a τέχνη, a techné, a primeira condição para podermos enfrentar tal condição. Quando Prometeu roubou o fogo do Olimpo e o entregou aos homens, juntamente à capacidade técnica e ao fogo, ele nos deu uma coisa a mais: " as esperanças cegas", as "τυπλας ελπιδασ".
Assim, pelas realizações técnicas os homens poderiam idealizar uma vida, produzir diversas novas coisas iguais, levando-os a esquecer da sua própria condição mortal.
Aquele que nunca se animou tanto com alguma realização sua, chegando a esquecer de sua própria condição humana, a sua condição mortal, ele que atire a primeira pedra!
Eis a razão de um dos exercícios espirituais(encontrado, por exemplo, nas meditações de Marco Aurélio) mais importantes do período helenístico: "ter a morte sempre presente aos olhos", para sempre se recordar da sua mortal condição.
Sempre trago comigo a Morte como professora. É a perspectiva dela que traz qualidade ao tempo de vida. Desde a adolescência ela é evidente para mim. Uma lucidez, talvez, inadequada... Enfim, agora aceito-na sem os sustos do Ocidente ou as promessas posteriores das religiões, natural que é a todo ser vivente.
ResponderExcluirVocê é uma pessoa sábia, anônimo.
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