o carpinteiro andaluz
produz estantes
onde sonhos são postos,
desejos são próximos,
e o medo é distante.
nas noites obscuras,
de céus tão compridos
e estrelas pequenas,
agarra-se ao trabalho
devotamente, a madeira
é mais sincera que o homem,
nela, a cada talho,
em cada cadena,
há um chorar da natureza,
diz o andaluz carpinteiro,
há um penar a cada mesa,
a cada abertura, na noite.
os céus são amplos,
deus pequenino,
e sozinho, ralhando sonhos,
sabe que se encaminha
para a estante de deus
onde desejos são próximos,
os medos são postos,
e o sonho é distante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário