No descampado da alma, uma fenda,
Abismo vil de dentes assanhados,
Terreno ermo, cinza, acabrunhado,
É o pecado. Exílio do homem, senda.
Nem todo homem vive atormentado
Pelo imenso e insondável espaço,
Por não poder chorar num outro abraço,
O seu exílio, o seu nefasto enfado.
Mas, creias bem, que é na selva escura
De outro alguém, n'outra mortal loucura,
Onde reside a impura salvação.
Se nem chegada ao meio-termo a vida,
Se o destempero é profunda ferida,
Já sou tal homem; sois minha redenção?
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