névoa!
névoa e aridez,
rosto sulcado
na terra sofrida,
solidão anatômica,
crônica
rostos e imensidão.
aridez!
névoa e solidão,
corações montanhosos
no lamaçal recoberto,
trilhos aquosos,
maíz!
solidez!
solidão e festa
assombrada,
fendidos são os homens
e ofendido o país.
ébria!
realidade desleal.
grileiros e grilos,
latifúndio e patrões.
bichos temerosos
bebem e matam e amam
como homens.
os deuses já abandonaram,
destronaram o panteão
dos pássaros e pumas,
no píncaro de plumas
matou-se a comunhão.
murais comuns,
redenção campesina.
o buraco no rosto
é o vazio de ser.
homens antigos
como homens modernos.
solitária imposição
dos homens novos:
um Deus que não responde,
que se esconde e não ama
o homem.
um Deus erótico.
derrelitos lançados
morrem e vivem
atormentados
num carnaval.
ansiando
um novo deus:
sangue, tripas, corpo,
deus carnal
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