A poesia é a boca do que não cala,
Saliva doce, sálvia,
De coco bala,
É o poema, voz
Que entoa a fala.
Um poema é coisa rara.
Sara até dor,
Até uma turva lágrima
Do cansado, do fudido,
E do aflito
Sofre a vida, triste monolito,
Monumento de paixão e grito!
A poesia é sopro, é vento, é língua,
É beijo apaixonado - e odioso,
É levantar teimoso, o demorado gozo...
Ele é amor impune,
O poema, o que nos une,
M'ia noite em claro.
É raro na vida
Que perco, lendo
O poema.
A poesia é mais:
É o destino do poeta
Que do poema perde a poesia
Por não viver
A vida que
Qu'ria.
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