Perdi Camões nas dobras do meu quarto
E a escansão do nosso amor, perdi.
O amor solene, o amor que era farto,
Insuspeitado, morreu qual dândi.
Do drama dele, este poema é parto
E a despedida de quem te partiste,
Pois já não sei se sou eu que enfarto,
Ou é solidão o que me atingiste.
Perdi Camões e perdi a ti,
Fui te perdendo na perda dele,
Já não recordo da tua pele,
E ainda menos dos bons que vi,
Pois o tormento no qual me vejo,
Faz-me querer lançar-me no Tejo.
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