Foi do ventre que te vi pela primeira vez
O pescoço arqueei, e admirei a tua beleza,
Doce senhora tão dona de mim.
Lambi-te o desespero e a fria insegurança,
E era ainda criança quando te vi por inteiro.
Em minha adolescência:
Tristeza -
Pouco te vi.
Perdido que estava em outras mulheres,
Tão quentes, vividas e donas de si.
Foi quando adulto me fiz,
E encontrei-te com teu senhor,
Que passa como um corredor,
Seguro, mestre como os Sufis.
Misteriosa e lívida moça
Como uma rês, sinto-me
por reencontrar-te,
Das que rumam para o abate,
Tão sujas, alegres, felizes.
Pois como na Górgia retórica,
Há sempre o inevitável,
Helena inenarrável
Também foi levada por si.
Oh Musa das noites febris,
Oh Dama dos homens servis,
Amo-te e temo-te de um modo inelutável.
És como um temporal,
És a sorte.
És sútil, és viril, és brutal,
És sempre o destino final,
És meu medo, és, Tu, Morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário