domingo, 29 de janeiro de 2017

σκιάς όναρ άνθρωπος

a Joaozinho Gomes

O homem é sonho de uma sombra,

Zumbi, que zomba, em tempo inteiro,
Soçobrando; Feito morteiro,
em veste de alfambra, o homem morre.

O homem nem lembra - e foi penúria,

Passou o tempo, sem passear,
pestanejando, e em um piscar
Foi pra Coimbra, fazer um corre...
E não socorre! Virou penumbra,
Virou pesar.

O homem morre.

Não tem saída. O homem
Morre. Como o poema,
Como o poeta, que quer comer
Este verso de Píndaro.

(E tenta se salvar com aquele que não se salvou

Da morte)

O homem é puro corte,

Pura coorte.
Pura sorte de uma sombra
Que pode sonhar.

Esta sombra sonha que é um homem,

E o homem, que assombra a sombra,
Lembra:
O homem é sonho de uma sombra
Até a penumbra o enlevar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário