Toda bandeira que ergo
Porta a tuberculose,
Como o nobre mancebo
Dela porta o mesmo nome.
Perdura nos meus duros dias,
Ataca a insuficiência.
A morta me come atenta
E insufla minha poesia.
Eu crio uma teogonia,
Produzo uma bela mulher,
Que me ama e foi sempre mia
Como minha angustia me quer.
Gero meus deuzinhos miudos,
Produzo os mais rudes profetas,
Com o punho em riste os saúdo,
Depois meu escárnio os afeta.
Refaço meu breve traçado,
Revivo o tempo vadio,
Viver é a luta do fado,
Viver é o brio no vazio.
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