sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Olhos de ressaca

Esverdeado, teu olhar arranca
como a ressaca do mar
que vai e volta e traga
e nele me faço embrenhar.

Teu nome, tão forte, tão belo,
Rígido e calmo,
um flagelo,
de um triste poeta sonhar.

Conheci-a, nem sei bem por onde...
Não lembro nem a circunstância!
Talvez seja esta a constância
que o teu corpo ainda me esconde.

E ainda que fosse distante,
com tua boca colada a minha,
A mão, tua língua, nossa rinha,
já não seria um só instante.

Se permaneço no seu lembrar breve,
bem disse-me, sempre se lembra,
teu toque, tua luz, tua verve,
o meu coração já desmembra!

Talvez foste só uma moça,
que no meu caminho passou,
mas a tua lingua me adoça,
e só sigo porque já me levou.

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