sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

não faço poemas belos

não faço poemas belos
não engrandeço deuses, nem
zombo dos homens
não falo de ninfas, nem comparo
mulheres, musas, afrodite

Acredite em mim!

Meu poema é sujo:
tem terra e sangue e um pouco de
porra do trabalhador solitário.
alimentou-se de pão amanhecido e café requentado e pagou fiado
(até riu da placa de “não aceitamos fiado" que sempre estivera ali)

Acostumado a sofrer,
meu poema é triste e resignado:
patrão, rotina e salário.

Mas não ouse desafiá-lo!
De súbito, pode voltar a falar dos clássicos.
Daí para ti que dormiu César:
ele acordará Spártacus!

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